Heráclito
A
filosofia grega antiga corresponde a um longo período que começou por volta do
século VI a.C. e se estendeu ate o século III d.C. Os primeiros filósofos foram
chamados de pré-socráticos devido a uma classificação posterior da filosofia
antiga que tinha como referência a figura de Sócrates.
Entre
os pré-socráticos citados, muitos deles foram fundamentais para a historia da
filosofia e ainda despertam o interesse de estudiosos e leigos, como Pitágoras
e Demócrito. Com tudo, decidimos destacar Heráclito e Parmênides pela
influencia que exerceram no pensamento posterior, claramente percebida por Platão
e Aristóteles.
Heráclito
nasceu em Éfeso, na Jônia, e procurou compreender a multiplicidade do real. Heráclito
defendia a ideia de um mundo contínuo, um mundo em constante movimento, onde
nada permanece idêntico a si mesmo, e sim transforma-se no seu oposto (negação,
contradição).
Ao
contrário de seu contemporâneos – como Parmênides –, Heráclito não rejeitava as
contradições e queria apreender a realidade na sua mudança, no seu devir. Todas
as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é
diferente do que foi há pouco e do que será depois: ¨Nunca nos banhamos duas
vezes no mesmo rio”, pois na segunda vez não somos os mesmos, e também as águas
mudaram.
Parmênides
Parmênides
nasceu em Eleia, na Itália, por volta de 530 a. C e a sua filosofia define que
o ser é único, imutável, infinito e imóvel, sempre idêntico a si mesmo. O
filósofo também defende que a aparência sensível do mundo não existe. O que o
filósofo quer dizer é que o nosso conhecimento sensitivo das coisas só nos dá
uma ilusão do movimento, uma aparência, sendo que apenas o conhecimento
intelectivo permite com se conceba a realidade como idêntica a si mesma.
Parmênides
criticou a filosofia heraclitiana. Ao “tudo flui” de Heráclito, contrapôs a
imobilidade do ser: é absurdo e impensável afirmar que uma coisa pode ser e não
ser ao mesmo tempo. A contradição, opõe o princípio segundo o qual “o ser é” e
“o não ser não é”. O ser, para Parmênides, é único, imutável, infinito e
imóvel.
Não
hà como negar, entretanto, a existência do movimento no mundo, pois as coisas
nascem e morrem, mudam de lugar e se expõem em infinita multiplicidade. Para
Parmênides, porém, o movimento existe apenas no mundo sensível, e a percepção
pelos sentidos é ilusória, porque se baseia na opinião e, por isso mesmo, não é
confiável. Só o mundo inteligível é verdadeiro.
Fonte: Filosofando. Introdução à Filosofia.