quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Dúvida Filosófica

Um dos critérios essenciais na vida dos filósofos é a importância da pergunta. A pergunta é característica daquele que tem dúvidas. Ter dúvidas, mesmo que provisoriamente, é algo desejável para alcançar um conhecimento maior.
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Como eu posso alargar meu conhecimento si eu não pergunto? É preciso perguntar para sanar as dúvidas. Ninguém nasce sabendo. Perguntas são, no mínimo, a expressão do desejo de conhecer mais sobre algo ou alguém, do interesse pelo que pensa e sente.
Pois bem, para aprender a filosofar é fundamental adotar uma atitude indagadora. “As perguntas em filosofia são mais essenciais que as respostas e cada resposta transforma-se numa nova pergunta” (Karl Jaspers). Como podemos observar as perguntas muitas vezes são mais importante e necessária que as respostas propriamente dita.
É comum perceber esta atitude de interrogação na infância. A curiosidade da criança instiga a conhecer um mundo a descobrir. Ela mergulha no encantamento da surpresa e da novidade.
 Neste sentido, ocorre um desdobramento de interrogações intermináveis: “o que é isso?”, “o que é aquilo?”, “por que isso é assim?”, “como você sabe?” e assim sucessivamente. Ao sanar suas dúvidas a criança forma imagens, ideias, conceitos dos diversos elementos que formam a realidade.
Lógico que no amadurecimento da vida, o ser humano vai adquirindo novas interrogações ou novas dúvidas. É então que surge a quebra, o estranhamento em relação ao fluxo normal do cotidiano. As perguntas e dúvidas são outras, mais a busca pelo conhecimento é o mesmo.
É preciso entender que a dúvida filosófica surge de um questionamento pertinente que só será extinto ou amenizado por explicações racionais. Como por exemplo, a questão da existência humana que se tornou incompreensível ou cuja compreensão existente não satisfaz.

Portanto, a dúvida filosófica é aquela que favorece o exercício fecundo da inteligência, do espirito e da razão. Ela não é ociosa e muito menos uma mera especulação destrutiva, um questionar por questionar, uma chatice de quem não tem o que fazer. A dúvida filosófica tem como finalidade iluminar racionalmente a construção de um conhecimento solido, claro e confiável.  

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