quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Os Sofistas

Vamos começar nosso estudo com a famosa frase do sofista Protágoras de Abdera (485-411 a.C.): “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são o que são, e das coisas que não são o que não são”. Podemos afirmar que os sofistas eram uma classe de filósofos que pertencia a periferia do mundo grego. Cabe aqui esclarecer que na Antiga Grécia, a aristocracia tinha o privilegio do ócio, ou seja, tempo disponível para estudar e filosofar, enquanto a classe média se ocupava do trabalho para sua subsistência. 
Protágoras de Abdera
Estes filósofos assim como Sócrates e Platão também discutiam questões cosmológicas, antropológicas, moral e política. Os sofistas fazem parte da época clássica e alguns deles eram contemporâneos de Sócrates. O que se sabe sobre eles é muito pouco, pois nos baseamos em fragmentos deixados pelos dois principais sofistas (Protágoras de Abdera e Górgias de Leontini, com exceção de Isócrates- que teve sua obra preservada) e pelos relatos de seus inimigos, sobretudo os filósofos, e por isso são descritos sob um olhar negativo.
Eles eram pedagogos e viajantes, que cobravam para ensinar a prática da filosofia. Eram chamados de sofistas porque na tradução grega quer dizer “grande mestre ou sábio”. Eles viveram no século de Péricles (V a.C.), no auge da democracia ateniense, em meio a uma intensa época cultural e artística da pólis, e estavam ligados ao processo educacional de indivíduos. Suas principais práticas de ensino era a argumentação e a retórica.
Havia certa desavença entre os sofistas e os pensadores Sócrates, Platão e Aristóteles, pois estes faziam criticas severas sobre a prática de ensino que eles adotavam, como por exemplo cobrar pra ensinar, que na época era um escândalo. Motivo este que Sócrates os acusavam de “prostituição”. Os sofistas foram os primeiros professores na história da educação (e enriqueceram com isso), ensinando a arte de argumentar e persuadir.
Para os sofistas, as opiniões (doxa) humanas são infindáveis e não podem ser reduzidas a uma única verdade. Assim, não existiriam valores ou verdades absolutas. Com isso, a imagem de certo modo caricatural da sofistica tem sido revista na tentativa de resgatar sua verdadeira importância. 

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