sexta-feira, 27 de junho de 2014

Filosofia Moderna (Resumo)

Conhecemos como Filosofia Moderna toda aquela que se desenvolveu durante os séculos XV, XVI, XVII, XVIII e XIX, tendo início no período do Renascimento, porém, por estar sendo tratada em um período tão longo esta filosofia não possui uma uniformidade, ela se encontra dividida em diversos fragmentos de acordo com as escolas dos diferentes períodos dos quais passou. São eles:
Filosofia do Renascimento
Filosofia do século XVII
Filosofia do século XVIII
Filosofia do século XIX
René Descartes
No período moderno a filosofia passou a ter uma divisão melhor de seu foco de estudo. No início ainda era comum vermos questões no que dizia respeito a provar a existência de Deus e a imortalidade da alma, principalmente em textos de René Descartes e George Berkeley, em suas obras as Meditações e o Tratado, de autoria dos dois, respectivamente. Porém, muitos filósofos deste período pareciam estar usando a filosofia para abrir caminhos que pudessem ajudar a fundamentar algum tipo de concepção, de ideia. Era como se tentassem encontrar uma forma de provar aquilo que tentavam passar.
Podemos citar alguns desses filósofos e seus problemas filosóficos como exemplo:
Descartes: Buscava conseguir algum fundamento para explicar uma determinada concepção científica;
John Locke: Buscava preparar o território para que fosse mais fácil a ciência tomar um rumo e agir de maneira mais direta;
Berkeley: Buscava competir com alguma conclusão científica, contrapondo-se aos métodos utilizados pela ciência.
Com o passar dos tempos a filosofia moderna foi sofrendo algumas alterações, deixando de ter seu foco diretamente relacionado ao conhecimento material e a descoberta de todas as verdade, deixando esse papel para que as ciências buscassem descobrir, como também deixando um pouco de lado as questões de tentar justificar as crenças religiosas, tão abordadas no período filosófico anterior.
De acordo com diversas obras que vieram em seguida, principalmente as de Immanuel Kant, a filosofia passava a ser chamada de “virada epistemológica”, onde a preocupação agora era com as condições do conhecimento humano e sua clarificação.

Renascimento
Consideramos de Renascença o período da filosofia que está entre a Idade média e o Iluminismo na Europa, o que inclui o século XV. Segundo alguns estudiosos, podemos estender esse período até o início dos anos de 1350, até os últimos anos do século XVI ou até mesmo o começo do século XVII, depois de Cristo.
John Locke
Chamamos de Renascença porque ela se dá como um renascimento da filosofia, sendo contrário as reformas religiosas, renovando o aprendizado no que diz respeito a civilização clássica. Tendo iniciado na Itália, com o Renascimento Italiano, ela logo tomou proporções mais amplas se espalhando por toda a Europa. Um nome importante para o renascimento inglês, por exemplo, em se tratando da expansão pela Europa, é Shakespeare, que se tornou um dos mais importantes pensadores da época sendo lembrado até os dias de hoje.
Sua importância para o século XVI foi enorme, o que não impediu que ela viesse a sofrer várias divisões. No final de seu período ela passou pelas Reformas e contra reformas, verdadeiros marcos na história da Renascença, conforme citam alguns historiadores, enquanto outros veem apenas como um período extenso, sem tanto significado assim.
Filosofia do século XVII
Considerada como uma forma de ver o princípio da filosofia moderna, se distanciando da forma de pensar do pensamento medieval, é comum vermos essa filosofia sendo chamada de “idade da razão”, já que ela é tida por muitos como uma sucessora da renascença, precedente do iluminismo. É comum vermos esta filosofia como uma prévia da visão iluminista.
Século XVII
Também conhecida como Iluminismo, foi um movimento filosófico que aconteceu na Europa e em alguns países do continente americano, que também inclui em seus diferentes períodos a idade da razão. Podemos fazer uma ligação do termo com a base primária da autoridade, que defendia a razão, um movimento intelectual do iluminismo. Este período se encerra geralmente entre os anos de 1800.
Século XIX
Neste século os filósofos do Iluminismo tinham como referência o trabalho de filósofos como Immanuel Kant e Jean-Jacques Rousseau, o que contribuiu para influenciar uma nova geração de pensadores. Aconteceram nesse período fortes revoluções e turbulências decorrentes das pressões do Igualitarismo, que viriam a provocar mudanças bem visíveis na filosofia.
O contexto filosófico
A partir de então quem passava a ser o fim para a realização das coisas é o homem, ao contrário da filosofia antiga, que via o homem como um meio pelo qual se chegava a alguma coisa, tendo essa análise do ponto de vista político, podemos dizer que ele tem ligação com o individualismo e a valorização da ideia do trabalho. Esse individualismo nada mais era que uma consequência da igualdade entre as pessoas. Sobre o trabalho, ele é visto com uma forma do homem realizar a sua missão na terra, ajudando a construir o mundo, uma visão bem diferente de antigamente, quando se achava que o trabalho era um defeito, e por isso deveria ser direcionado apenas aos escravos.


Fonte: estudopratico.com.br

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Inquisição



A transição para a mentalidade cientifica moderna não foi um processo súbito e sem resistência. Forças ligadas ao passado medieval lutaram duramente contra as transformações que se desenvolviam, punindo, por exemplo, muitos pensadores da época e organizando listas de livros proibidos (o index).
Foi nesse contexto que vários pioneiros da ciência moderna sofreram perseguição da Inquisição, tribunal instituído pela Igreja Católica com o fim de descobrir e julgar os responsáveis pela propagação de heresias, isto é, concepções contrárias aos dogmas dos católicos.
Giordano Bruno
A Inquisição foi criada em 1232 pelo papa Gregório IX. Sua ação estendeu-se por vários reinos cristãos, como Itália, França, Alemanha, Portugal e, especialmente, Espanha. Com o decorrer do tempo, reduziu suas atividades, que somente foram reativadas em meados do século XVI, diante do avanço do protestantismo.
Exemplo marcante dessas perseguições é o julgamento do pensador italiano Giordano Bruno (1548-1600), condenado à morte na fogueira por contestar o pensamento católico, que se apoiava na ideia de que o planeta Terra era o centro imóvel do universo. Essa noção geocêntrica estava fundamentada na astronomia do grego Ptolomeu, na física de Aristóteles e em certas interpretações da Bíblia. 
Contra essa concepção, Giordano Bruno defendeu a teoria heliocêntrica, formulada por Nicolau Copérnico, e afirmou que o universo é um todo infinito, cujo centro não está em parte alguma. As perseguições que sofreu por isso são denunciadas nestas palavras:
Nicolau Copérnico
Por ser eu delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma, interessado pela cultura do espírito e dedicado à atividade do intelecto, eis que os visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os desmascarados me devoram” (Bruno, Sobre o infinito, o universo e os mundos, p.3).
A formulação de Copérnico de que é o Sol, e não a Terra, o centro do universo atingia a concepção medieval cristã de que o ser humano é o ser supremo da criação e que, por isso, seu habitat, a Terra, deveria ter o privilégio de ser o centro em relação aos outros astros. Compreende-se assim o mal-estar causado pela tese copernicana.
Outro aspecto que incomodou as autoridades católicas foi que a natureza e o universo passaram a ser concebidos a partir de um novo paradigma, baseado tanto na observação direta como na representação matemática. Essa mudança de atitude e seus resultados foram entendidos como uma ameaça aos dogmas da Igreja, e poderiam afastar as pessoas da fé cristã.


Fonte: Fundamentos de Filosofia 

terça-feira, 17 de junho de 2014

Renascimento

O Nascimento de Vênus de Sandro Botticelli
Para entender o que foi às mudanças ocorridas no século XV-XVI, é necessário compreender o que foi o movimento cultural conhecido por Renascimento. Tendo por berço a península Itálica, criaria as bases conceituais e de valores que permitiriam o impulso da razão e da ciência no século XVII.
Inspirado no humanismo – movimento de intelectuais que defendiam o estudo da cultura greco-romana e o retorno a seus ideais de exaltação do ser humano e de seus atributos, como a razão e a liberdade –, o Renascimento propiciou o desenvolvimento de uma mentalidade racionalista. Revendo maior disposição para investigar os problemas do mundo, o indivíduo moderno aguçou seu espírito de observação sobre a natureza, dedicou mais tempo à pesquisa e às experimentações, abriu a mente ao livre exame de mundo.  
A Batalha de Lepanto de Veronese 
Esse conjunto de atitudes contrapunha-se, em grande medida, à mentalidade medieval típica, influenciada pelo pensamento contemplativo e mais submissa às chamadas verdades inquestionáveis da fé. O pensador moderno buscaria não somente conhecer a realidade, descobrir as leis que regem os fenômenos naturais, mas também exercer controle sobre ela. O objetivo era prever para prover, como se diria mais tarde.
Isso não significou, porém, um completo abandono das questões cristãs medievais, o que se torna claro se observamos o fundo religioso que persiste nas obras intelectuais e artísticas desse período. O que ocorreu foi uma renovação no tratamento dessas questões, a partir de uma nova perspectiva humana, de uma “humanização” do divino.
Principais representantes do Renascimento Italiano e suas principais obras:
- Giotto di Bondone (1266-1337) - pintor e arquiteto italiano. Um dos precursores do Renascimento. Obras principais: O Beijo de Judas, A Lamentação e Julgamento Final.

- Fra Angelico (1395 - 1455) - pintor da fase inicial do Renascimento. Pintou iluminuras, altares e afrescos. Obras principais: O coração da virgem, A Anunciação e Adoração dos Magos.

- Michelangelo Buonarroti (1475-1564)- destacou-se em arquitetura, pintura e escultura.Obras principais: Davi, Pietá, Moisés, pinturas da Capela Sistina (Juízo Final é a mais conhecida).

- Rafael Sanzio (1483-1520) - pintou várias madonas (representações da Virgem Maria com o menino Jesus).

- Leonardo da Vinci (1452-1519)- pintor, escultor, cientista, engenheiro, físico, escritor, etc. Obras principais: Mona Lisa, Última Ceia.

- Sandro Botticelli - (1445-1510)- pintor italiano, abordou temas mitológicos e religiosos. Obras principais: O nascimento de Vênus e Primavera.

- Tintoretto - (1518-1594) - importante pintor veneziano da fase final do Renascimento. Obras principais: Paraíso e Última Ceia.

- Veronese - (1528-1588) - nascido em Verona, foi um importante pintor maneirista do Renascimento Italiano. Obras principais: A batalha de Lepanto e São Jerônimo no Deserto.

- Ticiano - (1488-1576) - o mais importante pintor da Escola de Veneza do Renascimento Italiano. Sua grande obra foi O imperador Carlos V em Muhlberg de 1548.

Fonte: Fundamentos de Filosofia
           suapesquisa.com




quinta-feira, 12 de junho de 2014

Idade Moderna: A revalorização do ser humano e da natureza


Iniciemos nosso percurso neste assunto considerando alguns aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais relevantes desse período histórico que se convencionou chamar de Idade Moderna (que vai de meados do século XV ao século XVIII).
Eles nos ajudarão a compreender as mudanças na produção filosófica dessa fase. A partir do século XV, uma série de acontecimentos deflagrou diversos processos que levavam a grandes transformações das sociedades europeias. Entre eles, podemos destacar:
  * A passagem do feudalismo para o capitalismo, que se vinculou ao florescimento do comércio, ao estabelecimento das grandes rotas comerciais, ao predomínio do capital comercial e à emergência da burguesia;
   *  A formação dos Estados nacionais, que fez surgir novas concepções político-econômicas, como a discussão sobre as formas do poder político (ocorreu então a centralização do poder através da monarquia absoluta) e a questão comercial (desenvolveu-se nesse período o mercantilismo e o fortalecimento econômico de alguns Estados, levando ao impulso das grandes navegações marítimas, à descoberta do Novo Mundo e ao estabelecimento das colônias);
    * O movimento da Reforma, que provocou a quebra da unidade religiosa e rompeu com a concepção passiva do ser humano, entregue unicamente aos desígnios divinos, reconhecendo o trabalho humano como fonte da graça divina e origem legítima da riqueza e da felicidade. Também concebeu a razão humana como extensão do poder divino, o que colocava o indivíduo em condições de pensar livremente e responsabilizar-se por seus atos de forma mais autônomas;
     *  O desenvolvimento da ciência natural, que criou novos métodos científicos de investigação, impulsionados pela confiança na razão humana e pelo questionamento de sua submissão aos dogmas do cristianismo. A Igreja Católica, por sua vez, perdia nesse momento parte de seu poder de influência sobre os Estados e de dominação sobre o pensamento;
    *  A invenção da imprensa, que possibilitou a impressão dos textos clássicos gregos e romanos, contribuindo para a formação do humanismo. A divulgação de obras científicas, filosóficas e artísticas, que se tornaram a partir de então acessíveis a um numero maior de pessoas, propiciou maior grau de consciência e liberdade de expressão.
Rei da França Luis XIV
Todos esses acontecimentos modificaram, em muitas regiões, o modo de ser, viver e perceber a realidade de grande número de europeus. Nas artes, nas ciências e na filosofia surgiram novas ideias, concepções e valores.
Um exemplo importante dessas mudanças foi o desabrochar de uma tendência social antropocêntrica (que tem o ser humano como centro), de valorização da obra e compreensão humanas, em lugar da supervalorização da fé cristã e da visão teocêntrica (que tem Deus como centro) da realidade.
Isso levou ao desenvolvimento do racionalismo e de uma filosofia laica (não religiosa) que se mostrarão, de modo geral, otimistas em relação à capacidade da razão de intervir no mundo, organizar a sociedade e aperfeiçoar a vida humana.

Fonte: Fundamentos de filosofia