segunda-feira, 14 de abril de 2014

As escolas filosóficas


Grécia Antiga
Com a conquista da Grécia pelos macedônicos (322 a.C.), teve início o chamado período helenístico. Devido a expansão militar do império macedônico, efetuado por Alexandre Magno, o período helenístico caracterizou-se por um processo de interação entre a cultura grega clássica e a cultura dos povos orientais conquistados. 
O mesmo processo se deu no campo filosófico. As escolas platônicas (Academia) e aristotélica (Liceu) – dirigidas, respectivamente, pelos discípulos dos dois grandes mestres, Platão e Aristóteles – continuaram abertas e em plena atividade, mas os valores gregos começaram a mesclar-se com as mais diversas tradições culturais.

Epicurismo

O epicurismo é uma escola filosófica fundada por Epicuro (341 - 271 a.C.), sendo que defendia a busca do prazer moderado como de forma de se atingir um estado de tranquilidade (ataraxia) e de libertação do medo, assim como a ausência de sofrimento (aponia) – sofrimento este tanto corporal quanto psicológico – sendo que é através do conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos que se constitui a felicidade na sua forma mais elevada.
No entanto, Epicuro distinguia dois grandes grupos de prazeres. O primeiro reúne os prazeres mais duradouros, que encantam o espirito, como a boa conversação, a contemplação das artes, a audição da musica etc. O segundo inclui os prazeres mais imediatos, muitos dos quais são movidos pela explosão das paixões e que, ao final, podem resultar em dor e sofrimento.
De acordo com o filósofo, para que possamos desfrutar os grandes prazeres do intelecto, precisamos aprender a dominar os prazeres exagerados da paixão, como os medos, os apegos, a cobiça, a inveja.

Estoicismo

Para o estoicismo proposto por Zenão de Cício (335 - 264 a.C), a existência era composta da matéria, que seria o princípio passivo, e do logos, o princípio ativo, racional e inteligente; sendo que este último permeia, anima, conecta e coordena todas as partes, sendo chamado de ‘Providência’, podendo ser considerado como um arquétipo da divindade. O logos é imanente, permeando a matéria e com ela se confundindo, não tendo um caráter transcendental, mas sendo integrante íntimo e indissociável da matéria.
O que chamamos de Deus, segundo esses pensadores, nada mais é do que a fonte dos princípios racionais que regem a realidade. Integrado à natureza, não existe para o ser humano nenhum outro lugar para ir ou fugir, além do próprio mundo em que vivemos. Somos deste mundo e, ao morrer, nos dissolvemos neste mundo.
Os estoicos também defendiam uma atitude de austeridade física e moral, baseada em virtudes como a resistência ante o sofrimento, a coragem ante o perigo, a indiferença ante as riquezas materiais.

Pirronismo

O pirronismo, fundado a partir das ideias de Pirro de Élida (365-275 a.C.), foi uma corrente filosófica que defendia a ideia de que tudo é incerto, nenhum conhecimento é seguro, qualquer argumento pode ser contestado.
Por isso, seus seguidores propunham que as pessoas adotassem a suspensão do juízo (apokhe, em grego), isto é, abstração de fazer qualquer julgamento, já que a busca de uma verdade plena é inútil. Desse modo, aceitando que das coisas se podem conhecer apenas as aparências e desfrutando o imediato captado pelos sentidos, as pessoas viveriam felizes e em paz.
O primeiro constitui, portanto, uma forma de ceticismo, pois professa a impossibilidade do conhecimento, da obtenção da verdade absoluta.

Cinismo

         Escola de pensamento fundada em Atenas, segundo alguns autores, por Antístenes. Considerada uma das escolas socráticas, juntamente com os megáricos e os cirenaicos, recebendo tal denominação por constituir-se como uma determinada interpretação dos ensinamentos de Sócrates, especialmente no que diz respeito à correlação entre conhecimento e virtude.
Diógenes de Sinope
Seu nome deriva do ginásio de Cinosarges, onde Antístenes ensinava e no qual se reuniam os seguidores desta escola. Outra explicação para sua denominação é a palavra cão (em grego xýon), aceita pelos cínicos como um qualificativo elogioso. O principal representante desta escola é Diógenes de Sínope. O pensamento cínico manteve-se atuante até os séculos III/II a.C., onde, segundo algumas opiniões, teria se fundido ao estoicismo.
A escola dos cínicos ressurgiu, após esta interrupção, ao final do primeiro século de nossa era, sobrevivendo até o final do mundo antigo. Sua doutrina continuou sendo propagada por alguns autores cristãos, como Salústio e Máximo de Alexandria. As obras da antiga escola cínica, em especial de Diógenes, se encontram perdidas. De Antístenes, que parece ter sustentado duras polêmicas com Platão, restam-nos poucos fragmentos, que chegaram até nossos dias sob forma de citação ou comentário (doxografia) através de diferentes escritos.
Sua filosofia partia do princípio de que a felicidade não depende de nada externo à própria pessoa, ou seja, coisas materiais, reconhecimento alheio e mesmo a preocupação com a saúde, o sofrimento e a morte, nada disso pode trazer a felicidade. Segundo os Cínicos, é justamente a libertação de todas essas coisas que pode trazer a felicidade que, uma vez obtida, nunca mais poderia ser perdida.



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