segunda-feira, 7 de abril de 2014

Os estoicos e a felicidade


O estoicismo foi outra corrente filosófica que introduziu novas perspectivas no caminho da felicidade. Estoicismo deriva do grego stoá, “pórtico” ou “galeria de colunas”, era o local onde se reunia os alunos dessa corrente. Para o estoico, é feliz aquele que vive de acordo com a ordem cósmica, aceitando e amando o próprio destino. O primeiro filósofo estoico foi Zenão de Cicio (335-264 a.C.).
O estoicismo concebe o universo como kósmos, “universo ordenado e harmonioso”, composto de um principio passivo (a matéria) e de um principio ativo, racional, inteligente (logos), que permeia, anima e conecta todas as suas partes. Esse princípio ativo (chamado de Providência pelos estoicos) regeria toda a realidade, equivalendo ao que se pode denominar Deus. Assim, Deus se encontra no mundo e se confunde com ele, com a natureza (imanência). A imanência seria a união ou a manifestação do Criador com a criação (relação intima e pessoal). A transcendência seria o contrário, ou seja, que está separado do mundo e não se confunde com ele, como é o caso do Deus cristão (o Criador distinto e superior a criação).
Para os estoicos, é impossível ser feliz se acreditar que felicidade é ter tudo o que se deseja (não se pode sustentar a sensação de felicidade nos bens material ou simplesmente na situação do ter). Com isso, há coisa que depende do homem e há coisa que não depende. Depende do homem elaborar um bom trabalho, ser bom e generoso, não depende do homem ganhar na loteria ou conquistar o coração da pessoa amada.
Portanto, a vontade permite ao homem querer ou não querer as coisas. Nada pode obrigar o homem a querer o que não quer, ou a não querer o que quer. Segundo os estoicos, o homem constrói a sua felicidade usando a vontade para querer apenas aquilo que pode ter.
Para concluir, os estoicos acreditam que o ser humano não deve se revoltar pela condição de vida que nem sempre é a desejada. Isso não depende dele. Deve não apenas aceitar sua condição, mas também querer o que é, o que tem ou o que vive. Deve, enfim, ter amor por seu destino, que faz parte da totalidade. Somente então ele poderá ser feliz.



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