As
escolas filosóficas antigas vão divergir muito pouco em relação a busca da
felicidade. Um dos filósofos que articulava virtude e felicidade, que definiu a
filosofia como “medicina da alma”, ou seja, uma terapia, trazendo a eudaimonia (felicidade) e aplicando o tetrapharmakon foi Epicuro (341-270
a.C.).
O
tetrapharmakon (quatro remédios para a alma) defendido pelos epicuristas era
quatro frases que traziam uma perspectiva cosmológica, metafisica e ética. De modo
que, tomando conhecimento deste remédio, a sua ansiedade desapareceria, como
compreensão da bula por meio desse medicamento.
As
quatro frases eram: 1. Os deuses não tem de ser temidos; 2. A morte não deveria
causar apreensão; 3. O bem é facilmente obtido; 4. O terrível facilmente chega
ao fim. Estas frases (tetrapharmakon) representavam a tentativa que Epicuro
estabeleceu como medicina da alma para conduzir a eudaimonia (felicidade). Cada
uma dessas frases são investigações filosóficas. Contudo, só serão importantes
se elas possibilitarem a prescrição do tetrapharmakon. Lembrando que não se
trata de conselhos, mais de uma atitude filosófica que neutraliza a ansiedade,
conduzindo cada vez mais a felicidade:
1. Os desses não tem de ser temidos:
Epicuro não desacredita dos deuses ele segue o senso comum, afirmando a existência
deles na carta que escreveu para Meneceu. Os deuses são imortais, gloriosos, não
podem viver como os humanos que são mortais e perecíveis. Eles não têm a
intensão de prejudicar os humanos, o seu plano de existência é superior. Com isso,
tem outras preocupações e afazeres.
2. A morte não deveria causar
apreensão: Assim como todos os gregos que afirmam a
materialidade das coisas, o corpo é matéria, ou seja, perecível. O importante é
a conservação da alma (pneuma). Para
Epicuro o prazer é o sumo bem, porque o homem é sensoriais. Isso não quer dizer
que devesse viver de orgias, mais também não negar a existência corporal e sensível
do ser humano. A alma também é corpo.
3. O bem é facilmente obtido:
O bem é natural e inerente ao homem, portanto, fácil de adquiri-lo. O que se
deve fazer é preserva-lo.
4. O terrível facilmente chega ao
fim:
O mal nem sempre dura. Epicuro afirma que tudo é momentâneo, há uma
durabilidade das coisas, inclusive o mal. A existência do mal e do bem dependem
justamente desse intercalo, se assim não fosse, não saberia a existência nem de
um nem de outro. Com isso, ambos são limitados. O mal é uma condição
passageira, do mesmo modo o bem.
Tudo
isso está sustentado na perspectiva atomismo de Demócrito (460-370 a.C.). Para Epicuro
o mundo é um conjunto de átomos, ou seja, partículas indivisíveis muito
pequenas, impossíveis de serem vistas. E que estão em continuo movimento.
Demócrito de Abdera |
No
entanto, esta perspectiva atomista e sensualista encontra sua principal
dificuldade no determinismo. Se os átomos estão em movimento por eles próprios
e nada os guiam, então como compactuar com esta situação determinista, ou seja,
com a liberdade humana? O homem tem a impressão de escolher muitas coisas e
mudar o curso delas.
Nesse
sentido, Epicuro dar um passo muito importante e ate contemporâneo, quando faz
uma separação do mundo macro e do mundo micro. Ele afirma que o mundo micro tem
as suas regras e suas leis mais no âmbito daquilo que aparece e que é o mundo
macro. Entretanto, há possibilidade do contorno dessas leis. Ele não chega a
explicar como estas duas situações se relacionam, mais o fato dele escapar do
determinismo do mundo atômico, mostra que no mundo macro por meio da
causalidade ganha um rumo que permite o homem tomar decisões próprias, optando
e tendo vontade.
muito legal!
ResponderExcluirEmocionante 🙏🏻😭😭
ResponderExcluirEmocionante 🙏🏻😭😭
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