A colheita na Idade Média |
A
Idade Média compreende mil anos de história (do séc. V ao XV). O império romano
do Ocidente sofreu ataques constantes dos povos bárbaros. Os sucessivos e
violentos confrontos, principalmente as invasões germânicas, levaram ao seu
esfacelamento. Desenvolveu-se, a partir de então, uma nova estrutura da vida
social europeia, que corresponde ao período medieval.
Em
meio a todas as mudanças, a Igreja Católica conseguiu manter-se como
instituição social. Consolidou sua organização religiosa e difundiu o cristianismo,
preservando, também, muitos elementos da cultura greco-romana.
No
plano cultural, a Igreja exerceu ampla influência, traçando um quadro
intelectual em que a fé cristã tornou-se o pressuposto (isto é, o antecedente
necessário) de toda vida espiritual, o que marcou exponencialmente o pensamento
filosófico produzido nesse período.
Fé
e Razão
A Criação de Adão, teto da Capela Sistina Vaticano - Michelangelo Buonarroti |
De
acordo com a doutrina católica, a fé em si mesma seria a fonte mais elevada das
verdades reveladas, especialmente aquelas consideradas essenciais ao ser humano
e que dizem respeito à sua salvação.
Com
isso, toda investigação filosófica ou cientifica não poderia, de modo algum,
contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Em outras palavras, os
filósofos não precisavam mais se dedicar à busca da verdade, pois ela já teria
sido revelada por Deus aos seres humanos. Restava-lhes, apenas, demonstrar
racionalmente as verdades da fé.
Não
foram poucos, porém, aqueles que dispensaram até mesmo essa comprovação
racional da fé. Foi o caso de religiosos que desprezavam a filosofia grega,
sobretudo porque viam nessa forma pagã de pensamento uma porta aberta para o
pecado, a dúvida, o descaminho e a heresia.
Entretanto
surgiram pensadores cristãos que defenderam o conhecimento da filosofia grega,
percebendo a possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do
cristianismo. Conciliado com a fé cristã, o estudo da filosofia grega permitia
à Igreja enfrentar os descrentes e derrotar os hereges com as armas racionais
da argumentação lógica.
O
objetivo era convencer os descrentes, tanto quanto possível, pela razão, para
depois fazê-los aceitar a imensidão dos mistérios divinos, somente acessíveis
pela fé. Nesse contexto, a filosofia medieval pode ser dividida em dois
momentos principais: a patrística e a escolástica.
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